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O Senhor te guarde! - 2ª parte
- 08/03/2013
Ao sair de Zurique, Suíça, às 09 horas, havia muita neve na rua e seria demais puxar nossas malas caminhando dez quadras com elas. Assim, tomamos um táxi para o aeroporto internacional da Suíça. Naja, o taxista italiano, há 25 anos na Suíça, disse: “Estou cansado de levar pessoas que, por uma corrida de cinco francos suíços, parecem ser donos do carro e de mim. Eles me tratam com grosserias, perderam os valores da fé cristã. Desde a infância os suíços aprendem a ser tratados por psicólogos e psicoterapeutas, enquanto essa sempre foi a tarefa da igreja, dos sacerdotes e dos líderes religiosos, e concluiu: “O povo abandonou a fé, arruinou sua alma, sua casa e a igreja cristã”.
Os planos de voo da companhia aérea italiana Alitalia funcionaram quase perfeitos, mas logo que chegamos ao Aeroporto Marcopolo, de Veneza, tudo ficou diferente e não tenho palavras para descrever a angústia que passamos. De repente, ao desembarcar do ônibus, com as ruas cobertas de neve por uma forte nevasca que tomou Veneza de surpresa, chegamos ao ponto de temer a morte. Sim, eu vi pessoas empurrando uma maca na direção para onde o Mário havia saído, em busca de solução para chegar à cidade de Veneza, e temi que tivesse acontecido algo com ele, pois demorava em voltar.
As rodovias para chegar a Veneza estavam cobertas de neve, caminhos bloqueados, pessoas sem ter como sair da estação rodoviária; constantes apagões de luz por falta de energia, tudo branco e ventos gelados com dois graus negativos. Após o desembarque do terceiro ônibus circular em Veneza, ao dar o primeiro passo, pisei sobre o gelo e lá fui eu para o chão coberto de neve. Graças a Deus, havia pessoas para me ajudar a levantar em meio à neve, ao gelo e às poças de água.
Caminhamos na neve de 15 a 20 centímetros de profundidade, e fomos obrigados a caminhar arrastando nossas malas na lama gelada. Não havia táxi, ninguém nas ruas e as pessoas que encontrávamos também procuravam por um lugar para pernoitar na cidade, pois todos os voos, trens e ônibus, tudo estava cancelado.
Com os pés quase congelados de água que entrava na bota, eu apenas conseguia clamar em minha alma: “Jesus ajude-nos nessa prova”. Para mim, tudo parecia escuro, apesar da perfeita iluminação, que deixava tudo muito claro pela branca neve. Eu apenas ouvia o Mário, um tanto na frente puxando a mala maior e chamando: “Natalia vamos, mais um pouco”. Ele viu meu desespero, eu estava chorando, mas não havia o que fazer neste momento...
Ao dobrar a esquina já se avistava o hotel. Ao entrar pela porta do Hotel Veneza, o recepcionista disse: “Natalia e Mário, o vosso quarto está reservado”. Abrindo uma das malas, tivemos uma grande surpresa: a roupa da mala estava toda molhada. Foi um alívio entrar no quarto nº 240, quentinho, e isso à meia-noite.
Essa foi nossa aventura no início de uma nova missão para escrever o tema: “O Senhor te abençoe e te guarde”. Somos gratos a Deus, por saber que temos uma igreja, amigos, filhos e netos que estão orando por nós, por onde quer que o Senhor nos conduza.
Mário Hort
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