Ecos da Liberdade

Lucimara, uma senhora brasileira residente em Boston (Estados Unidos) há 23 anos, ao entrar na van de turismo em Salvador (Bahia), sentou-se ao lado de Natalia. Nosso objetivo não é fazer turismo, portanto perguntei: “Estamos perguntando aos soteropolitanos se eles já tiveram um episódio com O Salvador”, qual seria sua resposta? 

Lucimara, toda surpresa, disse: “Embarquei em Boston, dizendo a Deus em oração: ‘Senhor, envia pessoas de Deus para estar comigo nessa viagem’. Agora vejo em vocês servos do Altíssimo e sinto que os desejos do meu coração foram atendidos, como diz o Sal. 37:4”. Encontrar uma pessoa estranha e logo ser abençoado com o sentimento de que a comunhão no Espírito Santo nos envolveu, é um “episódio” com Deus. 

Diante de nossas poltronas estava Magali, com Pedro e José Carlo, que pareciam sentir o episódio com Deus, que nós vivíamos com Lucimara. Não demorou e Magali disse: “Eu sou filha de pastor e nós também conhecemos a Deus”.

Lucimara gravou seu depoimento dizendo: “Eu vejo esse momento como dado por Deus, pois pedi estando ainda na América que eu encontrasse pessoas que têm o Senhor Jesus no coração, e isso aconteceu em toda a viagem e em especial hoje com vocês. Outro episódio que marcou minha vida aconteceu em Governador Valadares (MG). Estive num ponto de ônibus, quando veio um senhor muito maltrapilho, de aparência um tanto assustadora. Eu levantei do lugar dando o lugar para ele, mas no banco havia lugar para nós dois. Então ele disse: “Senhora, pode ficar ao meu lado, aqui você será abençoada por Jesus”. Ele fez o sinal 'em nome do Pai' e me falou de Jesus. 

Isso foi para mim um testemunho tão grande, de alguém que não possuía nada, nem roupa para se vestir e residia sozinho na roça. Eu vi o amor de Cristo tão grande no coração daquele homem, que não tinha um dente na boca, mas tinha paixão por Jesus que me comoveu.

Outro episódio eu tive com Deus quando a crise nos Estados Unidos ficou muito grave. Eu fiquei numa situação precária, sem poder pagar luz, água, prestação da casa e do carro... Eu já não abria os envelopes, pois sabia que não tinha o dinheiro para pagar as contas, assim fui acumulando os envelopes fechados. Um dia coloquei todos eles numa sacola, me ajoelhei com meu filho de dez anos de idade, tendo diante de nós a sacola com os envelopes de nossas dívidas e orei a Deus. 

A oração do menino me comoveu muito quando ele disse: “Deus, eu não peço que sejamos ricos, mas peço que nos dê o suficiente para pagar nossas contas”. 

Mário: Como ficou a economia de sua família? 

Lucimara: “Cheguei a tomar as chaves da casa dizendo a Deus: ‘O Senhor deu e o Senhor também pode tirar, mesmo assim o seu nome seja louvado’, pois lutar contra a maré sem trabalho é impossível. Eu faço limpeza de casas por conta própria e não havia mais solicitações de trabalhos. Ficamos sem condições de pagar as parcelas da casa. Só quando o presidente Obama assinou uma lei que permitiu refinanciar as dívidas é que tudo se acalmou. Então, não perdemos a casa e voltou a entrar mais trabalho. Eu sabia que, se fosse necessário perder tudo, a graça de Deus bastaria, mas louvo a Deus que Ele nos livrou dessa angústia, pois havíamos trabalhado 12 anos para conquistar a casa própria”, concluiu Lucimara, com o rosto banhado em lágrimas.

Pr. Mário Hort