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Indígena Kantaruré e seu episódio com a jararaca

- 07/11/2013

Entrevista de Salvador, Bahia, com Conrado, um senhor indígena Kantaruré, de 71 anos de idade.

Os Kantarurés são descendentes da população indígena que originalmente habitava o trecho do Rio São Francisco entre a cachoeira de Paulo Afonso, a embocadura do Rio Pajeú e as caatingas, brejos e serras adjacentes.

Logo no primeiro dia em Salvador, encontramos um senhor idoso e sua filha. O senhor Conrado foi à Capital para fazer radioterapia por um câncer na próstata. Os funcionários do hotel, sabendo que eu procurava por pessoas que tiveram vivido episódios com Deus, me disseram: “Fale com o senhor indígena, ele é crente”.

Certa manhã eu fui ao restaurante para escrever, quando encontrei o senhor idoso sentado numa mesa. Perguntei: “Posso lhe considerar indígena?”. Ao que o senhor Conrado respondeu: “Com certeza, sou da tribo Kantaruré e cristão católico, mas todos meus filhos são batizados nas águas. Eu creio que sempre onde há duas ou três pessoas em Seu nome, ali Jesus está no meio deles, como entre nós agora”. Mt. 18:20.

Fiquei admirado da resposta de um senhor indígena e perguntei: “O senhor teve algum episódio com o Salvador em sua de vida?”. Conrado respondeu: “Tenho sete filhos, quando havia nascido o primeiro deles, minha mãe insistiu que eu desarraigasse o toco de uma árvore perto da casa, que estava brotando novamente, após ser cortada. Quando fui atender ao pedido de minha mãe, tomei um machado novo, não quis perder o fio do machado na areia, assim limpei os arredores do toco com a mão, quando uma jararaca saltou no dedo de minha mão. Eu não consegui me livrar da serpente até que ela arrancou um pedaço da pele de meu dedo. Não demorou e comecei da perder sangue pela boca, na mão e também nos pés. Já quase sem sangue e delirando, alguém trouxe uma injeção e Jesus me salvou da morte, há 47 anos. Gastei todos nossos bens para recuperar a saúde, mas ficou uma pequena cefaleia”. 

Este foi o episódio com o Salvador Jesus Cristo que veio à mente do senhor Conrado imediatamente, após ouvir a pergunta de nossa entrevista, recordando a vida na aldeia indígena. Abracei o senhor Conrado, por ter o privilégio de ouvir as palavras sábias de um irmão indígena. Esse foi meu primeiro episódio com o Salvador entrevistando um indígena.

Para Deus não existem raças, tribos ou nações que estejam fora de seu alcance. Tivemos episódios com o Salvador na Aduana Paraguaia, na ex-Alemanha Comunista, na Inglaterra, Polônia..., porém o que mais nos impressiona de todos esses “episódios” é que o Espírito Santo é o mesmo, o amor que sentimos não é diferente com pessoas de Singapura, do Japão, da França..., e de nenhuma raça, língua ou nação. Apc. 7:9-17.De repente, às 13h03, houve um apagão em todo Nordeste.

Assim, à luz da vela, encontrei Luciano, um soteropolitano, e ele disse: “Eu nunca tive um episódio com Deus”. Falei então da picada da jararaca, ao que Luciano respondeu: “Pensando assim, eu também já tive episódios idênticos”.

Despedindo-me eu lhe disse: “Senhor Luciano, preste atenção, certamente já ocorreram muitos episódios com Deus em sua vida, observe-os daqui em diante”. Mas, não espere uma picada de jararaca para viver um episódio com Deus.

Pr. Mário Hort

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