Ecos da Liberdade

Os últimos anos foram fortemente influenciados pelas redes sociais. Primeiro com o ICQ, MSN, Orkut até as mais famosas redes de hoje: Facebook, Twitter, Google+WhatsApp e outras.

Quando estas redes ainda construíam seu espaço no mundo digital, nós, usuários, usávamos estes serviços de maneira ponderada, talvez uma ou duas vezes na semana. Mas hoje, com o desenvolvimento dos dispositivos móveis, a frequência de uso aumentou tanto que épossível estar on-line 100% do tempo.

Interessante foi acompanhar como as empresas foram aderindo com dificuldade as redes sociais. Muitos funcionários tiveram brigas com chefes e foram até demitidos, pois não sabiam medir o tempo de uso do MSN durante o expediente de trabalho. Já hoje muitos são incentivados a trabalharem e fazerem negócios usando as ferramentas dispostas nas redes. Mas por que nos apegamos tanto a essas redes sociais? Creio que o principal motivo se resume muito bem nas duas principais ferramentas do Facebook: COMPARTILHAR e CURTIR.

Temos uma profunda necessidade de compartilhar e curtir nosso mundo. Precisamos COMPARTILHAR nossos próprios pensamentos, ideias, mágoas, revoltas, decepções, lutas e nossa fé. E também CURTIR aquilo que outros compartilham. Mostrar nossa aprovação ou desaprovação.

Isto fica bem claro já na criação do primeiro homem (Gênesis 2:19-24). Quando ainda estava sozinho no jardim do Eden, Adão havia recebido várias tarefas: cuidar do jardim, cultivar a terra e dar nome aos animais. Mas não havia ninguém com quem ele pudesse compartilhar o seu mundo de igual pra igual. Ninguém podia lhe dizer se aquilo que ele fez e inventou estava bom assim ou poderia melhorar. Então Deus criou a mulher, para que os dois, juntos, pudessem compartilhar suas vidas.

Vemos estes princípios todos os dias nas redes sociais. Quem está apaixonado, envia mensagens e figuras de amor. Quem está mal-humorado deixa isto também bem claro em sua linha do tempo. Quem está revoltado tem ainda mais coragem de expor sua revolta no meio digital. Quando eu morava na Alemanha, sabia muito bem quando meus amigos não conseguiam dormir, a partir dos comentários de revolta com a bagunça gerada pela Oktoberfest no Brasil. Gostamos de ver aquilo que os outros fazem e necessitamos dar nossa aprovação ou desaprovação.

Por possibilitar esta dinâmica é que as redes sociais se tornaram tão importantes em nossos dias. E pode não parecer, mas é por este motivo também que pessoas buscam relacionamentos mais íntimos e se casam. Não somente por se amarem ou pelo sexo, mas pela necessidade de compartilhar a vida de maneira mais íntima. Com quem amamos, conseguimos nos abrir mais e compartilhar sentimentos, felicidades e preocupações de maneira mais intensa.

Se você, leitor, é casado, saiba que seu cônjuge lhe escolheu porque encontrou em você alguém com quem ele/ela pode (ou podia) compartilhar sua vida íntima física e emocional, de igual para igual. Isso deveria chegar a tal ponto em que um casal seria considerado UM. Mesmo com as diferentes ideias, sentimentos e necessidades, se tornariam um, pois um buscaria entender o outro, um iria completar o outro, um viveria para o outro e buscaria fazer o outro feliz. Isto é um verdadeiro casamento.

Portanto, um casal que aprende a compartilhar e curtir a vida poderá ter um casamento estável e feliz. Casamentos que existem somente por motivos como sexo, dinheiro, status ou aparência física na realidade não existem.

Ter um “casamento Facebook“ pode salvar seu relacionamento. Aprenda a curtir um ao outro de igual para igual, e a compartilhar a vida íntima, física e emocional, pois foi com este intuito que Deus criou o matrimônio.

Pr. Maiko Müller