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Confissão de fé antes de ser degolados

Mário Hort - 28/05/2014

A energia celestial me despertou às seis da manhã no Rio de Janeiro - esse horário sempre foi divino para mim, durante 40 anos. Você que começou a ler esta coluna, saiba que está participando da bênção do “orvalho da manhã”, com as primeiras letras digitadas aqui, no Rio de Janeiro: seja abençoado com o sol da graça divina, que surge agora sobre a Capital fluminense. Lam.3:22 “ Senhor abençoe e guarde a pessoa que iniciou a leitura. Faça resplandecer o sol celestial sobre aqueles que estão com frio na alma. Ilumine e aqueça nossa vida, como Leonardo da República Dominicana o desejou ontem ao ver o sol brilhar sobre o Caribe, e me fez adormecer com sua saudação pela internet. Senhor, envie seus anjos para guardar nossa alma de todo o mal”.

Se você tivesse 12 horas para escrever o seu credo, antes de ser executado, o que diria sua confissão?

Assim aconteceu no dia 17 de janeiro de 1558, na Guanabara, com Jean Bourdel, Matthieu Verneuil, Pierre Bourdon e André la Fon. Em novembro de 1555, foi criada uma colônia na Baía de Guanabara, pelo militar Nicolas Durand de Villegaignon. Desejoso de trazer agricultores com valores sólidos, o comandante escreveu a Genebra pedindo o envio de evangélicos (ele havia se convertido ao calvinismo, voltou atrás e ficou sete vezes pior, como Jesus predisse que aconteceria com quem volta-se ao mal, após purificar a sua casa. Luc.11:26).

No dia 10 de março de 1557, os calvinistas realizaram o primeiro culto protestante no Brasil. Mas foram obrigados a defender sua fé ante as autoridades, elaborando a Confissão da Guanabara, assinando com isso sua sentença de morte. Inclusive, José de Anchieta é acusado de ter degolado um dos reverendos. (Fonte: Wikipédia)

Evangelização “degolada” por 300 anos.

Perseguidos também na Guanabara, alguns evangélicos conseguiram escapar, outros foram condenados à morte por Nicolas Villegaignon, enforcados e atirados de um despenhadeiro, em 1558.Antes de morrer, Jean, Matthieu, Pierre e André foram obrigados a professar sua fé por escrito, respondendo uma série de perguntas. Eles assim o fizeram e escreveram a primeira Confissão de Fé na América, sabendo que com ela estavam assinando a própria sentença de morte. Nicolas Durand de Villegaignon foi descrito por Jean de Lèry com a frase: “Ele é o Caim da América”.

Os resultados do degolamento até hoje são: assaltos, crimes, drogas, estupros e violência, na terra que degolou os evangelistas, há 500 anos. (Gal. 6:7) A perseguição dos protestantes teve seu momento mais sangrento na Noite de São Bartolomeu, quando mais de 20 mil protestantes foram mortos na noite dos dias 23 e 24 de agosto de 1572, em Paris, e posteriormente houve grande matança em muitas cidades francesas.

A perseguição da evangelização multi eclesiástica no Brasil aconteceu por motivos políticos e religiosos, e nosso país ficou sem a evangelização de confissões múltiplas por mais de 300 anos, pois somente após a proclamação da Independência do Brasil, em 1822, as primeiras colonizações protestantes tiveram abertura para fazer parte no desbravamento do Brasil.

Mário Hort

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