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Recordações das Marchas de Oração em Leipzig
- 18/08/2010
Recordações das Marchas de Oração do pastor Christian Führer de Leipzig! - 2ª parte
O pastor Führer foi um dos principais líderes do movimento de orações das segundas-feiras que culminaram com as marchas pacíficas de 70 mil pessoas e no dia 30 de outubro de 1989 chegou a 300 mil. Assisti uma série de reportagens na TV, em Bremen: “100 anos Alemanha”. Mas não ouvi nenhuma palavra das Marchas de Oração. Por esta razão estive prestes a desistir da escrita do tema, pois não ouvi falar de Deus, nem das Marchas da Paz, também o pastor Führer já foi esquecido pela maioria.
O pastor Führer (FOTO) nos recebeu para uma entrevista exclusiva, na famosa Igreja de São Nikolau, em Leipzig. Segundo o pastor, em certa oportunidade apareceu um grupo de jovens na igreja com aparência muito perigosa. Eles desejavam que fosse celebrado um momento de oração com eles. O pastor perguntou se eles poderiam cantar algum hino do hinário da igreja. Eles disseram que não, apenas sabiam cantar suas próprias melodias e textos. Führer pediu que cantassem uma de suas músicas. Eles disseram que não combinaria cantar esse tipo de músicas junto ao altar da igreja. Führer continuou: “Vocês representam algum grupo?”. “Nosso grupo se chama: ‘Ataque de raiva’”, disse um deles. “Temos um hino que ataca o papa e a igreja, não é apropriada para ser cantada aqui no santuário! Mas, se deseja ouvir a música, venha a nossa casa de ensaios”, concluiu um jovem.
No dia marcado o pastor foi à “casa” do grupo onde não havia portas nem janelas. “E isso foi muito bom, pois eu não suportaria o som se o ambiente estivesse fechado”, comentou o pastor. Após ouvir a música atacando o papa e a igreja, Führer convidou o grupo “Ataque de raiva” para cantar em sua igreja.
A apresentação do grupo lotou o templo e trouxe ainda mais atenção para as marchas da oração pelo centro da cidade.
Certa noite outros jovens chegaram repugnados e cheios de ódio pela prisão de um amigo, que apenas manifestava pacificamente levando um cartaz com uma frase de Rosa Luxemburgo, que dizia em 1917: “Liberdade é liberdade quando se pode pensam de modo diferente”.
A situação era perigosa para o pastor. Foi necessário que ele solicitasse autorização da diretoria de sua igreja para iniciar esse movimento de oração por jovens que foram levados para a prisão. A diretoria da igreja decidiu que: “É permitido realizar cultos de intercessão por pessoas que foram presas a qualquer hora do dia e sugeriu que outras igrejas se unissem ao movimento. A decisão positiva da diretoria foi um passo gigantesco na marcha da liberdade. Com o passar do tempo surgiu uma controvérsia entre os grupos de oração: havia dois grupos que se reuniam nas segundas-feiras, às 17 horas, para o culto de oração. O primeiro foi o grupo de base, que desejava reformar a Alemanha comunista.
O segundo foi o grupo dos desistentes, formado por aqueles que haviam solicitado sua saída da RDA - República Democrática da Alemanha. Esse grupo tinha uma enorme vantagem: eles eram centenas de milhares em todo o país. Todos eles eram pessoas que se haviam desmembrado da comunidade, mas ainda não conseguiram abandonar o país.
O grupo de base que desejava a reforma e criticava os desistentes dizendo: “Vão embora! Sumam...”.
Quando Führer percebeu o problema entre os dois grupos em suas reuniões de oração, levou os desistentes para outro salão da igreja e outro líder continuava a reunião com aqueles que queriam uma revolução na então Alemanha comunista.
O pastor foi um “pacificador de Jesus” que gritava para a multidão: “Sem violência!” - “Amai os vossos inimigos, orai pelos que vos perseguem...” Mt.5.44. Essa mensagem foi o segredo da queda do muro de Berlim.
Na madrugada do dia 13 de agosto, 1961, foi erguido o muro que dividiu a cidade de Berlin e a Alemanha; os pais de seus filhos, a namorada do namorado, irmãos de irmãos. Ao acordar pela manhã, havia um muro que os separou por 28 anos.
Vinte anos após a queda do muro eu queria escrever um documentário intitulado: “A oração tombou o Muro de Berlin.” Porém, antes eu queria “olhar nos olhos” do principal líder do Movimento de Oração. Após ouvir os relatos emocionados da boca do pastor Führer, posso dizer que esse foi um dos testemunhos mais legítimos do Evangelho de Jesus Cristo, que eu ouvi de um líder cristão. Seguiremos no próximo artigo.
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