Ecos da Liberdade

 

 

Uma pequena faísca, um cigarro aceso ou uma chama de um único palito de fósforo pode colocar em chamas uma grande floresta. 

No princípio de meu pastorado, queimei chorando velhos folhetos sujos, todos em idioma alemão, que estavam jogados no templo da velha igreja. Não existia literatura nem dinheiro para imprimir. 

Tudo começou com uma chama de fogo de verdade, que incendiei atrás da velha igrejinha de madeira em 1973. As lágrimas que verteram dos meus olhos, por incendiar panfletos evangélicos, representavam o perdão que supliquei por queimar literatura sagrada. Mas, risquei o palito de fósforo com o clamor na alma, pedindo literatura com boa aparência. 

O grito de minha alma foi ouvido no céu, e cada livrinho “Ecos da Liberdade” é como uma pequena chama daquela “fogueira santa”.

A chama que queimou a casa do ateu!

O senhor Fuchs era um terrível alcoólatra. Seu amigo, senhor Remo, além de viciado na bebida, costumava blasfemar e desfazer a fé cristã. Certo domingo, a família Fuchs foi convidada para o almoço na casa do senhor Remo. Todos tomaram lugar na sala preparada como na casa dum príncipe. Não demorou e a conversa tratava de assuntos religiosos.

Quando os homens já haviam tomado bastante, no auge das palavras de escárnio, o dono da casa levantou, foi para a sua biblioteca, abriu o armário e tirou um grande livro velho e disse: “Para demonstrar que toda a fé cristã é pura bobagem e mentira, queimaremos agora nossa velha Bíblia familiar”.

 

Na sala queimava um forno redondo de ferro fundido, todo cromado, cheio de carvão em pleno fogo. O senhor Remo abriu a porta do forno e lançou a velha Bíblia sobre as brasas vivas. 

 

Aquele homem que em si era nervoso e ainda mais quando tinha tomado, agora, porém, estava calmo e seguro como se estivesse realizando um “ato religioso”. Mas, na verdade, estava atrevidamente zombando do Deus vivo. As mães e as crianças ficaram estarrecidas de medo. O que aconteceria agora?

 

A princípio tudo parecia estar em ordem. A velha Bíblia estava deitada como uma criança sobre um travesseiro, nas brasas vivas do forno. Mas, repentinamente a capa de couro começou a queimar, não demorou e as aproximadamente 1,4 mil folhas da Bíblia começaram a pegar fogo e a capa de couro se curvou de tal forma que, como uma verdadeira lava de chamas, se derramou sobre os finos tapetes próximos ao forno e em instantes até os sofás estavam queimando.

 

Os homens malfeitores e também os demais espectadores da família estavam tão assustados que observaram tudo sem nada poder fazer por alguns instantes. Somente a senhora Fuchs teve a presença de espírito, correu para a cozinha, em busca de água, mas, logo em seguida, percebeu que tudo já era tarde demais, ordenou que todos se retirassem dali e chamou os bombeiros.

O dono da casa somente soube praguejar em seu furor, mas não conseguiu fazer nada para impedir que o fogo provocado pela Bíblia que ele lançou sobre as brasas, queimasse sua casa. No dia seguinte sobravam apenas ruínas da luxuosa residência do alcoólatra blasfemo.

Herbert Fuchs, que, como menino presenciou essa tragédia, após 60 anos declarou que esse acontecimento de horror fez nascer em sua alma uma fé baseada na Palavra de Deus, que lhe acompanhou toda a sua vida. Nas páginas sagradas do Livro Sagrado da Família Remo estavam escritas as palavras do apóstolo Paulo: “Não vos enganeis, de Deus não se zomba; pois tudo aquilo que o homem semear, isso também ceifará”. Gal. 6:7  

O testemunho de nossa alma cristã é como uma pequena chama que ilumina nosso caminho nas trevas deste mundo. Mas, todos devem lembrar que essa luz na alma de sua mãe, avó, pastor ou alguma pessoa humilde que não sabe ler nem escrever é uma chama do fogo divino! Lembre-se disso! 

Traduzido da Revista Stimme des Glaubens - Konstanz - Alemanha.