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Existe amor Filadélfia em sua família?
- 22/03/2012
No idioma grego, Φιλαδελφεῖα = Filadelphia - significa amor entre irmãos. Um casal da cidade de Filadélfia, Pensilvânia, chegou a Nova York para nos levar para sua casa, no último final de semana. Mas, então meu amor “Φιλαδελφεῖα” foi posto a uma dura prova: a prova aconteceu quando eu desejava gravar o culto para os programas da rádio, com o pequeno equipamento, em Filadélfia.
O nosso amigo Horst nos levou até um templo luxuoso, distante somente poucos minutos de sua casa. O templo estava de portas abertas, mas nós não encontramos alguém que nos pudesse receber. Quando encontramos um zelador, ele não nos permitiu entrar no templo, nos conduziu à outra pessoa e essa nos levou a outro “chefe”, num escritório distante, para que pudéssemos solicitar o direito de entrar no templo vazio, onde eu desejava gravar meu programa de rádio no silêncio do auditório, para celebrar os 39 anos de trabalho junto ao microfone do culto radiofônico.
Entramos no escritório do secretário-chefe e ele estava sentado atrás de sua escrivaninha, com terno e gravata. Apresentei-me como um dos oito oradores internacionais do departamento central de nossa comunidade nos USA, mencionando o nome do orador no idioma inglês, Jim Lyon. Logo que pronunciei o nome do colega, o secretário disse: “Conheço o orador, mas quem é você?”.
Eu já lhe havia comunicado que era do Brasil, que estou aposentado e que, por questões de saúde, não posso fazer nenhum trabalho, apenas gravo poucos minutos para o rádio e escrevo para a literatura. Logo, ele concluiu: “Eu não posso lhe permitir usar nosso ‘santuário’ para gravar sua mensagem, pois não sei que tipo de mensagem você prega. Para obter essa autorização é preciso falar com nosso pastor chefe”.
Minha decepção foi tamanha, que foi preciso abandonar imediatamente seu escritório, pois eu me senti mal. Em poucos instantes saímos do seu escritório, porém, antes lhe pedi para que anotasse em um papel o meu nome e o telefone de onde me encontro.
Minha tristeza foi muito forte, pois em minha mente eu trazia uma mensagem que me parecia um presente de Deus para falar desde Filadélfia, da carta de Jesus escrita para a igreja de Filadélfia do Apocalipse 3:7-13, falando do grande amor “Filadelphia”, que nos une como irmãos no mundo inteiro, sem acepção de pessoas, raças e línguas. E, além disso, a gravação seria feita no templo de nossa igreja, composta exclusivamente por negros dos USA.
Chegando à casa do amigo, deitei para descansar, mas não foi possível e logo fui para a sala, quando ouvi tocar o telefone. O casal de amigos estava descansando e não ouviu o telefone soar e eu ouvi que na gravação deixada como mensagem foi mencionado o meu nome. Logo apareceu a esposa do amigo e pedi que ela verificasse o que a gravação do telefonema dizia. Para nossa surpresa, foi a esposa do pastor chefe, que solicitava falar com o pastor Mário Hort. Imediatamente retornamos o telefonema e ela disse: “Eu lamento muito. Quero pedir desculpas e solicitamos que o pastor Hort volte para gravar sua mensagem no templo”.
A voz da esposa do pastor chefe foi como uma suave melodia de “Filadelphia” aos meus ouvidos. Neste momento senti nova alegria e retornamos imediatamente ao templo para gravar a mensagem de Φιλαδελφεῖα - o amor entre irmãos, que foi uma das mais belas experiências em Filadélfia para falar do amor “Filadélfia”. Foi assim que percebi o quanto é necessário que se desfaça imediatamente a desavença quando ela ocorre. Tanto do ofendido quando de quem o ofendeu devem recuar em seus sentimentos.
No culto da rádio será transmitido o que pude gravar no santuário, após a experiência amarga e doce em Filadélfia. Existe o amor “Filadelphia” para com os nossos irmãos de sangue em nossas famílias ou o “coração de Caim” ainda pulsa em nossos corações?
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